A canelite é uma inflamação da tíbia, que é o osso que forma a parte inferior da perna, ou dos músculos, tendões ou tecidos que envolvem a tíbia.
É uma lesão comum em pessoas que praticam atividades físicas que envolvem impacto, como corrida, caminhada, saltos, entre outras.
Ela pode causar dor, inchaço, sensibilidade e dificuldade de movimento na região da canela, que é a parte anterior da perna.
Quais são as causas da canelite?
A canelite pode ter diversas causas, mas as mais comuns são:
Sobrecarga: É a causa mais frequente de canelite, pois ocorre quando há um excesso de força ou de repetição sobre a tíbia, que pode provocar microtraumas, inflamação e dor na região da canela.
A sobrecarga pode ser causada por fatores como aumento súbito ou inadequado da intensidade, da duração ou da frequência das atividades físicas, uso de calçado inadequado ou desgastado, superfície irregular ou dura, falta de aquecimento ou de alongamento, entre outros.
Biomecânica: É a segunda causa mais comum de canelite, pois ocorre quando há um desalinhamento ou uma alteração na forma ou no funcionamento da tíbia, que pode causar estresse, inflamação e dor na região da canela.
A biomecânica pode ser afetada por fatores como pé chato, pé cavo, pronação excessiva, supinação excessiva, joelho valgo, joelho varo, entre outros.
Anatomia: É a terceira causa mais comum de canelite, pois ocorre quando há uma variação ou uma anomalia na estrutura ou na composição da tíbia, que pode causar fragilidade, inflamação e dor na região da canela.
A anatomia pode ser influenciada por fatores como idade, sexo, genética, nutrição, entre outros.
Quais são os sintomas da canelite?
A canelite pode causar diversos sintomas, que variam de acordo com a causa, a gravidade e a evolução da lesão, mas os mais comuns são:
- Dor: É o sintoma mais frequente e mais intenso da canelite, pois é causada pela inflamação e pela pressão sobre a tíbia e os tecidos que a envolvem. A dor pode ser constante ou intermitente, e pode piorar com o movimento, o repouso ou a posição da perna.
- Inchaço: É causado pelo acúmulo de líquido inflamatório na região da canela. O inchaço pode ser visível ou palpável, e pode aumentar o volume e a tensão da perna.
- Sensibilidade: É causada pela irritação dos nervos que inervam a região da canela. A sensibilidade pode ser percebida ou provocada ao tocar ou pressionar a região da canela, e pode aumentar a dor e o desconforto.
- Dificuldade de movimento: É causada pela limitação ou pela perda da função da tíbia e dos tecidos que a envolvem. A dificuldade de movimento pode ser observada ou sentida ao tentar flexionar, estender ou rodar a perna, e pode interferir na prática das atividades físicas e nas atividades do dia a dia.
Quais são as opções de tratamento para a canelite?
O tratamento da canelite depende da causa, da gravidade e da evolução da lesão, mas geralmente envolve medidas conservadoras, como:
Repouso: É importante interromper ou reduzir a atividade física que causa ou agrava a dor, para evitar o agravamento da inflamação e da lesão na região da canela.
O repouso deve ser relativo, ou seja, deve-se evitar os movimentos que provocam dor, mas não deve-se ficar totalmente imóvel, pois isso pode causar rigidez e atrofia muscular.
Gelo: É recomendado aplicar gelo na região afetada, por cerca de 15 a 20 minutos, de 3 a 4 vezes ao dia, para aliviar a dor e o inchaço.
O gelo deve ser envolvido em um pano ou em um saco plástico, para evitar o contato direto com a pele e prevenir queimaduras ou lesões.
Medicamentos: Podem ser usados medicamentos que aliviam a dor e a inflamação, como analgésicos, anti-inflamatórios ou corticoides, sob prescrição médica.
Esses medicamentos podem ser administrados por via oral, injetável ou tópica, dependendo da indicação e da tolerância do paciente. Esses medicamentos devem ser usados com cautela e por um período limitado, pois podem causar efeitos colaterais, como irritação gástrica, sangramento, retenção de líquido, aumento da pressão arterial, entre outros.
Fisioterapia: É uma das principais modalidades terapêuticas para a canelite, pois visa recuperar a função e a resistência da tíbia e dos tecidos que a envolvem, além de prevenir recidivas e complicações.
A fisioterapia pode incluir técnicas como crioterapia, termoterapia, eletroterapia, ultrassonografia, laserterapia, ondas de choque, entre outras, que têm um efeito analgésico, anti-inflamatório, cicatrizante e regenerador.
Exercícios físicos: São fundamentais para a reabilitação e a prevenção da canelite, pois ajudam a manter o condicionamento físico, a saúde muscular, a circulação sanguínea e a lubrificação articular.
Os exercícios físicos devem ser orientados por um profissional qualificado, que possa avaliar o nível de aptidão, o tipo de lesão, o grau de dor e a progressão do treinamento. Além disso, devem ser de baixo impacto, como caminhada, bicicleta, natação, hidroginástica, entre outros, e devem ser feitos com moderação, respeitando os limites do corpo e evitando a sobrecarga da tíbia.
Órteses: São dispositivos que podem ser usados para proteger, imobilizar, estabilizar ou corrigir a perna, como faixas, bandagens, talas, meias de compressão, palmilhas, entre outros.
As órteses podem ajudar a aliviar a dor, a reduzir o inchaço, a melhorar o alinhamento, a distribuir a carga e a prevenir o agravamento da lesão.
Além do tratamento, é importante que as pessoas que sofrem de canelite adotem medidas preventivas, como fazer um check-up médico, fazer um aquecimento e um alongamento adequados, usar um calçado adequado, usar uma técnica correta, respeitar os limites do corpo, procurar a orientação de um profissional qualificado, manter um peso saudável, manter uma alimentação equilibrada, manter uma hidratação adequada e manter uma saúde mental e emocional.
Espero que este artigo tenha sido útil e esclarecedor para você, que está sofrendo ou que quer saber mais sobre a canelite. Se você tem alguma dúvida ou sugestão, entre em contato.